sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Das Cabinet des Dr. Caligari (1920)



No pós-I Guerra Mundial na Alemanha, um grande avanço no cinema estava para acontecer: Carl Mayer, um argumentista austríaco e Hans Janowitz, um poeta checo, conceberam o conto de um louco psicótico que poderia controlar outro ser humano e levá-lo ao assassinato. Embora isso possa parecer bastante lugar comum nos dias de hoje, o conceito, que influenciou mais tarde os filmes do género (como Assassinatos na Rua Morgue, 1932), foi positivamente este romance de 1920. Com a ajuda do realizador Robert Wiene, e uma equipe de designers de produção brilhante, O Gabinete do Dr. Caligari é hoje um marco na história do cinema, tanto dentro quanto fora do género terror.



A história de Caligari é bastante simples, quase banal para os padrões de hoje. A história começa com nosso herói, Francis (Friedrich Feher) a falar com um estranho num jardim. Depois a cena do jardim desvanece, e nós entramos no que parece ser um flashback. Com o desenrolar dos acontecimentos, descobrimos que um estranho chegou à cidade, um homem com o nome de Dr. Caligari (Werner Krauss), e com ele Cesare (Conrad Veidt). Pouco depois da sua chegada, as pessoas ao redor da cidade começam a morrer, incluindo um amigo próximo de Francis. Como Francis suspeita de Caligari, começa a investigá-lo e ao estranho Cesare, e o perigo cresce.
Os argumentistas Mayer e Janowitz pretendiam que Caligari fosse uma reflexão sobre o estado da Alemanha no pós-guerra, criticando a estrutura autoritária e, nas palavras do próprio Janowitz, demonstrando que "a razão supera o poder irracional." No entanto, o realizador Wiene e o produtor Erich Pommer foram ambos mais longe ao criticar a sociedade, e fizeram desta obra um dos maiores marcos da história do cinema, e um filme reprecurssor de um dos movimentos mais importantes. O expressionismo.




Francisco Rocha / My One Thousand Movies

2 comentários:

  1. Grande filme e um enorme marco do Cinema. Não havia melhor para arrancar este ciclo. Além de ser um excelente filme de terror, destacava a forma como os cenários foram utilizados para transmitir uma atmosfera pesada e de medo ao filme. Magnífica a forma como foi ultrapassada a 'limitação' da falta de som num género que muitas vezes vive precisamente dos efeitos sonoros.

    Cumprimentos

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  2. Subscrevo as vossas palavras vi-o ontem e adorei.
    Vai passar terça na cinemateca.

    O cinema de terror nasce aqui no expressionismo alemão é inegável :)

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