domingo, 25 de setembro de 2011
Orlacs Hände (1924)
O tema pode não ser familiar, mas muitos filmes de terror devem muito a esta história e a esta primeira adaptação do conto “The Hands of Orlac”. Além dos remakes mais conhecidos, considere-se outras versões como: The Beast With Five Fingers (1946), o segmento de Christopher Lee para Terror's House of Horrors (1965), de Oliver Stone, The Hand (1981), e a possessão de Ash no Evil Dead II(1987) e, especialmente, a homenagem de Eric Red, Body Parts (1991).
“As Mãos de Orlac”, uma lendária produção, é mais notada, e por essa razão não tem comparação com as outras versões, pela imagem de Conrad Veidt, pelo seu neurótico perfil a olhar para as suas mãos em forma de garra. Esta produção de baixo orçamento reunia Veidt com Robert Wiene, realizador do famoso Gabinete do Dr. Caligari, e juntava um dos realizadores mais importantes deste movimento, a um dos seus actores mais simbólicos.
As Mãos de Orlac é um filme totalmente expressionista porque fala do tema do destino e da morte. Wiene trabalha estas questões não puramente na estilização dos décors, como ficou conhecido com a sua marca registrada. Orlac é um filme cuja rarefação de uma idéia de estilização é visível, ou seja, há um completo depuramento desse espaço físico em torno dos quais ocorrem as acções, sejam nos interiores ou nos exteriores. Ou seja, Wiene consegue provar que a essência do seu cinema não é a estilização do cenário como prolongamento do espaço interior dos personagens, e sim a sua filiação com um cinema fantástico, investigando a questão do destino, sobre até que ponto é possível sermos donos do nosso destino e das nossas vidas, e até que ponto podemos ser responsáveis por nossas próprias ações.
Francisco Rocha / My One Thousand Movies
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